sábado, 24 de abril de 2010

Vinte e três

Dia estranho
Palavras confusas
Como sempre perdidas 
Neste emaranhado de neurônios 
Em neurose constante.

Cantei? Chorei? Ri? Me acalmei? Ô! Com certeza!
Culpa da chuva. Ela tem um efeito tão bom sobre mim.

É sempre assim.
Não consigo chorar. Mas a chuva, sempre me causando inveja, me mostra como fazer isso. Seria tão bom ser como ela, fazer com que aquilo que literalmente te enche se transforme em gotas e caia por aí. 
A chuva sempre faz com que eu me imagine num filme estranho, enquanto ando pela cidade com meus inseparaveis fones de ouvido. É estranho. A letra, a melodia, as gotas e meus pensamentos entram em uma sintonia tão grande que fazem eu me sentir bem, apesar de tudo, apesar de todos à minha volta.
E é nesse contexto em que me encontrei ontem. Até cantar na rua eu cantei. Estava tão bem nesse momento que me deparei cantando Dream On¹ no meio da rua. Por um instante, só por um instante.
Cantei, pulei e ri no meio das arvores durante a chuva. Fechei os olhos e sorri. Uma sensação otima percorreu meu corpo, um grande devaneio me dominou e por esse pequeno instante me senti maravilhosamente bem, pela primeira vez desde que me entendo por gente. Não resisti e acabei cantando novamente. Scars². Por mais estranha que a letra possa ser, eu me senti muito bem. E então percebi que vinte e três folhas estavam no chão, que vinte e três dias haviam se passado, que vinte e três letras estavam à minha frente e que vinte e três, por mais que muitos não acreditem, é um numero mágico.

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¹ musica da banda Aerosmith
² musica da banda Papa Roach

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