terça-feira, 29 de junho de 2010

Só.

Achava que não. Alias, queria acreditar que não, mas infelizmente ainda é verdade. Apesar de ter de certa forma me acostumado com toda essa rotina e todas essas pessoas ao meu redor, as coisas não estão lá tão bem. Eu não me recuperei plenamente: meus olhos ainda buscam aquela sombra em todos os cantos da sala mesmo sabendo que será impossível encontrá-la novamente por aqui. Dos males o menor, de certa forma. Eu não me encaixo em lugar nenhum, só uma pessoa me parece realmente suficiente neste lugar e infelizmente estou cada minuto mais próxima de perdê-la. Só mais algumas horas perto de você.
Ao menos fisicamente estou melhor. Meus pulmões funcionam corretamente, um grande alivio.
Se antes as coisas estavam difíceis, o que acontecerá agora que eu estarei completamente sozinha naquele lugar?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Twilight

Estava ali, mais uma vez naquele onibus. Os mesmos fones no ouvido, a cabeça recostada na janela de vidro embaçado. E da mesma maneira de sempre, dormindo com uma mão sobre a mochila em seu colo e a outra apoiando a cabeça. O céu escurecia, o frio começava a surgir e a rotina mais uma vez lhe tomava a paciência.
Acordou, olhou para fora, se levantou e se dirigiu à porta traseira do veiculo. Puxou a campainha e desceu, como sempre aliviada por estar perto de casa.
Mas havia alguma coisa diferente por dentro. Uma sensação estranha, um misto de tristeza e liberdade, um estranho sentimento de leveza. Foi quando olhou para o horizonte. O céu se coloria de uma maneira que nunca havia visto antes. Um clarão rosa na escuridão se misturava às milhares de estrelas brilhantes. Um vento leve, gelado, batia em sua face. Mas nada parecia importar naquele momento. A unica coisa que desejava era sentar ali mesmo, por entre as pedras e o asfalto, e ficar olhando para o céu.