Caminhando sozinha, por entre esta floresta de prédios, não tinha como não se sentir perdida.
Sempre as mesmas pessoas passando apressadas enquanto dão instruções pelo celular. Sempre o mesmo mar de veiculos tornando o ar mais poluido. Sempre as mesmas buzinas e apitos irritantes. Sempre as mesmas poucas arvores se rendendo ao vento.
E como eu posso fugir de tudo aquilo, esquecer tudo que aflige assim de repente?
As musicas não cooperam mais comigo. Divertem-se e choram as minhas mágoas, aquelas que continuam com coletes salva-vidas, recusando-se a afogar. Gritam e me ofendem a cada gesto que fiz ou que deixei de fazer, a cada palavra não dita que eu tanto quiz dizer.
Eu não tenho um gorro vermelho. Eu não levo doces a um idoso.
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Continua
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